As eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos mostraram claramente a vulnerabilidade da disseminação de informações falsas e como isso pode ter um grande impacto nos resultados. E agora, em 2020, diante das eleições primárias para esse ano, o alerta continua alto – principalmente depois do caucus de Iowa, que aconteceu segunda-feira (03/02).
Empresas de tecnologia passaram os últimos anos trabalhando para resolver as vulnerabilidades que permitiram à Rússia promover desinformação e gerar divisões políticas, mas na noite de segunda ficou claro que não é necessária interferência estrangeira para destacar as vulnerabilidades persistentes em torno das eleições de 2020. Os americanos se mostraram perfeitamente capazes de espalhar desinformação por conta própria.
Teorias da conspiração, notícias falsas ou enganosas e oportunismo político se misturaram online para criar o que, pesquisadores alertam, poderia ser um prenúncio de um péssimo cenário para as eleições de 2020. Acusações de fraude eleitoral e falsas alegações de que um candidato importante havia desistido ainda foram ampliadas por problemas com a divulgação dos resultados pelo Partido Democrata de Iowa, que foram atrasados em parte devido a problemas com seu aplicativo para smartphone (que foi usado pela primeira vez e tinha o intuito de agilizar a contagem dos resultados).
Não existe indício de que a Rússia ou qualquer organização governamental esteja envolvida. São pessoas, “internet trolls” e mesmo membros das mídias que podem estar fortemente ligados a um lado ou outro e ficam felizes em, pelo menos, dar mais alcance a informações enganosas.
Mesmo as grandes plataformas estarem buscando soluções para evitar a disseminação de falso conteúdo, especialistas afirmam que suas regras sobre essas questões não são claras e acabam deixando espaço para “agentes da desinformação” agirem durante o período das eleições. Além de estar claro que as ferramentas não estão sendo capazes de conter operações desse tipo muito bem estruturadas, já que algumas são bem conhecidas e estão crescendo em engajamento no Facebook, por exemplo.
Fonte e mais informações: NBCNews