Que o Linkedin é uma excelente maneira de fazer negócios, você já sabe. Mas talvez você não saiba que o Linkedin também é uma alternativa que algumas potências estrangeiras encontraram para recrutar espiões. Ao menos é isso que um relatório do New York Times publicado ontem (28/agosto), mostra:
Segundo o relatório, a prática já dura vários anos e os espiões “chineses” seriam os mais ativos no LinkedIn.
O diretor do centro de contra-inteligência americano William R. Evanina, cuja função é comandar uma agência que avisa as empresas sobre possíveis tentativas de espionagem, disse ao New York Times que agentes chineses estavam usando o LinkedIn “em grande escala” e contatando “milhares de pessoas” todos os dias para a função um tanto quanto atípica. O diretor ainda acrescentou que seria mais fácil para estes órgãos engajarem com múltiplos alvos através do Linkedin e convidá-los para a China sob o disfarce de uma viagem de negócios, do que enviar espiões para os EUA para fazer o recrutamento.
Ao que tudo indica, o objetivo destas espionagens seria adquirir informações confidenciais sobre comércio corporativo, propriedade intelectual e pesquisa.
O relatório também citou o caso do ex-funcionário da CIA Kevin Patrick Mallory, que foi condenado a 20 anos de prisão no início deste ano, depois de ter sido considerado culpado por conspirar para passar informações de defesa nacional a um oficial de inteligência chinês. O FBI disse que o agente chinês fez primeiro contato com Mallory via LinkedIn, fazendo-se passar por um representante do think-tank antes de desenvolver o relacionamento.
Embora a notícia tenha vindo à tona agora, o fato de o LinkedIn estar sendo usado como ferramenta de recrutamento para espionagem empresarial parece surpreender poucas pessoas. A escolha de espiões chineses pela plataforma se daria, provavelmente, pelo fato da rede social ser uma das únicas redes americanas autorizadas a funcionar em território chinês.
A rede social informou que emprega uma equipe para lidar com atividades fraudulentas dentro da rede e que esta seria uma clara “violação dos termos de serviço da plataforma”, sem adicionar mais detalhes sobre as medidas que serão tomadas.