“Tudo parece impossível até o momento em que alguém age; então, percebemos que isso era possível.”(Evelyn Underhill)
Semana passada eu falei aqui no blog da Agência de Bolso sobre propósito. Propósito é o que nos move, o que nos incentiva a continuar seguindo em busca de um objetivo. Muitas pessoas sabem o quê fazem, mas não porque o fazem — e esse é o grande diferencial quando tratamos de negócios e profissionais de sucesso.
O que deixa as coisas mais complicadas é que não adianta somente “encontrar” um propósito. “É preciso nutri-lo, preservá-lo e verificar se ele se transformou ou se continua o mesmo” com o tempo (CARVALHAL, 2016). Ter um propósito, como pessoa ou organização, é um trabalho em tempo integral.
Além disso, não existe somente um tipo de propósito. No livro Capitalismo Consciente: Como libertar o espírito heroico dos negócios (2018), John Mackey e Rajendra Sisodia apresentam quatro grandes categorias de propósitos:
O bom: O mais comum entre as organizações e as pessoas. Se refere a servir aos outros — beneficiar a saúde, a educação, a comunicação e a qualidade de vida. É motivador e gratificante para quem o abraça, pois o resultado pode ser presenciado. É bastante apropriado para o varejo e quem atua nele.
O verdadeiro: Busca descobrir e aprofundar o conhecimento humano. É o valor de descobrir e aprender algo inédito que possa ser compartilhado para o avanço coletivo da humanidade.
O belo: Busca a excelência e a perfeição. Tem valor porque é algo intensamente satisfatório para a alma e enriquece a vida de diversas maneiras. Está relacionado com artes em geral: música, pintura, teatro, gastronomia, fotografia, artesanato, etc.
O heroico: Exige coragem para fazer o que é certo para mudar ou melhorar o mundo. O propósito heroico vai além dos três anteriores pois se propõe a fazer o que nunca foi feito, persegue o desejo de transformar o estado das coisas de forma profunda, para resolver problemas insolúveis, fazer o que é certo mesmo diante de grandes riscos e adversidades.
O tipo de propósito heroico é o que mais facilmente encontramos em pensamentos empreendedores, com ideias inovadoras para resolver problemas das mais diversas áreas de mercado. É o famoso “era impossível até que alguém foi lá e fez”.
Um bom exemplo de “negócio impossível” é o Airbnb, serviço online que permite que as pessoas aluguem suas casas ou parte delas para servirem de acomodações para viajantes. Fundada em 2008, a empresa passou por diversos problemas no início (como a dificuldade das pessoas confiarem no app e abrirem suas casas para pessoas desconhecidas) e seus fundadores pensaram em desistir. Mas logo a ideia de economia compartilhada começou a ganhar força e o serviço passou a receber aportes financeiros de investidores. Assim, conseguiu se estruturar e hoje está presente em mais de 65 mil cidades de 191 países, tendo hospedado mais de 200 milhões de pessoas no mundo.
Grandes negócios surgem de “ideias impossíveis”. Mas além disso, grandes profissionais surgem da compreensão de que a impossibilidade é apenas uma questão de ponto de vista — afinal, até conceitos que hoje conhecemos como básicos foram considerados impossíveis em algum momento da história.
E aí, vamos fazer algo impossível hoje?